No tempo actual, as nossas vidas estão dominadas por lutas constantes e por actividades que nos impõem limites exigentes.
Agarrados a um dia-a dia comum, em que não há muitas vezes lugar à expressão do nosso eu, procuramos no lazer um momento de equilíbrio/renovação.
As viagens permitem sentir a vida de uma forma intensa, e livre de restrições. Libertos a nível físico e de pensamento ajudam- nos a aperfeiçoar a capacidade de nos olharmos e olharmos os outros, de nos apreciarmos e apreciarmos os outros.
O mundo torna-se mais uno e o lugar de cada um parece estar mais ligado ao lugar do outro.
Adquirirmos a consciência de como vivemos e de como recordamos o conjunto de momentos da nossa existência pressupõe contrariar a atitude, muitas vezes passiva, perante a atribuição de sentido pelos outros e pelas circunstâncias à nossa própria existência.
Viajar não é mais do que a recusa da inércia e o assumir a necessidade de agir.
E, nem todos, mas alguns gostam de viajar sozinhos. Descrito como um grande prazer e uma grande aventura é muitas uma decisão tomada em períodos de transição como forma de crescimento pessoal.
Estar num sítio estranho com pessoas desconhecidas desinibe e parece dar uma sensação de segurança em si mesmo. Estar só ou aprender a estar só é uma fase importante para aprender a estar com o outro.
Adquire-se autonomia e uma noção mais exacta do espaço individual do outro.
Pode tornar-se num momento mágico de aquisição de confiança e de reforço da identidade individual.
Seja só, seja com amigos seja com a família, viajar ajuda-nos a sermos protagonistas de uma historia com movimento (A nossa história).
Tempo mágico da criação e do afeto, como forma de responder às pressões da vida contemporânea, que tende a reduzir o tempo às atividades alienantes da produção e/ou do consumo.
Há uma viagem para cada um… Em busca de sonhos, de memórias, de construção de recordações, de bem-estar e de Felicidade do Eu.
No sentido mais simples viajar é procurar e como metáfora ou realidade todo o indivíduo o faz.
Na procura de si ou do mundo, importante é que o ponto de chegada esteja à frente do ponto de partida.