Esta é a pergunta que, provavelmente, já colocou a si mesmo quando procura evitar intoxicar-se, mas a resposta nem sempre é clara, compreensível ou suficientemente abrangente.
Vamos simplificar.
Tóxicos são todas as substâncias químicas estranhas ao nosso organismo, que não fazem parte da sua composição nem são produzidas por ele e, portanto, que não será espectável estarem presentes no nosso organismo.
Tecnicamente designados como xenobióticos, que o nosso organismo não tenha a capacidade de eliminar ou que causem dano ao seu normal funcionamento.
Temos, portanto, dois aspetos envolvidos nesta definição, simplificada, de tóxicos que vale a pena sublinhar:
Portanto, uma substância pode vir a revelar-se tóxica para uma pessoa e não o ser para outra pessoa, dependendo de múltiplos factores, desde os associados ao estilo de vida até ao seu perfil genético e à sua história clínica prévia.
Através da pele, absorvidos pelo tubo digestivo e pelo sistema respiratório.
É muito importante perceber bem a diferença e as implicações para a saúde destes dois tipos de intoxicação.
Intoxicação aguda
Quando um tóxico é absorvido em grandes quantidades num curto espaço de tempo provoca um quadro clínico com sinais muito exuberantes, que levam ao diagnóstico de intoxicação aguda e ao seu tratamento imediato.
Um exemplo comum, certamente vivido por muitos, é o de uma intoxicação alimentar.
Menos frequente, temos o exemplo de uma intoxicação respiratória por uso intensivo de produtos de limpeza, em que a pessoa pode apresentar tosse e dificuldades respiratórias súbitas.
Podendo fazer ameaçar a vida numa situação de emergência, a intoxicação aguda tem um agente causal habitualmente bem identificado, permitindo vir a ser futuramente, evitado ou eliminado nas várias opções de estilo de vida.
Intoxicação crónica
Pelo contrário, neste caso a absorção de tóxicos é feita em pequenas quantidades, de forma repetida e muito prolongada no tempo.
Não provoca a ocorrência de sintomas ou sinais suspeitos que permitam estabelecer uma clara relação causa-efeito.
Trata-se de um processo silencioso, que pode durar décadas.
Uma intoxicação crónica pode nunca vir a ser diagnosticada enquanto tal e pode nunca vir a ser claramente estabelecida a relação causa efeito com múltiplos e complexos quadros clínicos que podem incluir sensação de falta de vitalidade, fadiga crónica, disfunção orgânica, doenças degenerativas ou oncológicas.
A intoxicação crónica é um perigo silencioso que nos espreita a todos, permanentemente.
Não colocará a nossa vida em risco num episódio de emergência, mas tem muitas formas de nos ir destruindo de forma silenciosa.
Neste ponto, sugiro-lhe o seguinte desafio.
Pare. Olhe para si. Olhe à sua volta.
Todas as substâncias químicas que possam estar a ser absorvidas pelo seu organismo, que não sejam ar puro, água ou nutrientes alimentares são potenciais tóxicos.
A vida moderna coloca-nos em contacto direto, íntimo e permanente com milhares de tóxicos potenciais.
Estamos longe, muito longe, de conhecer as consequências a longo prazo de vivermos neste mundo que criamos nas últimas 6 décadas, mas quanto mais souber melhor se poderá proteger!
Nesta quinzena vamos dar-lhe informação muito útil para viver menos intoxicado.