Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde – a sexualidade é definida como uma energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e às vezes amor.
A sexualidade humana é complexa tal como o ser humano é.
Constituídos de aspectos múltiplos, pode-se considerar a síntese humana como o resultado da convergência de natureza psíquica-bio-sócio-histórico-cultural.
Neste contexto vamos conhecer as fases psicossexuais da mulher, embora cada vez mais, estas fases sejam oscilantes ou até ausentes em algumas mulheres.
É nesta fase da adolescência que a mulher apresenta mudanças significativas no corpo.
Aparecem os caracteres sexuais secundários e tornam-se mais evidentes os comportamentos sexuais, tanto a nível biológico como a nível sócio-afetivo
É um período de adaptação, que coincide com a fase de descoberta, em que a mulher começa a entender como o corpo responde aos estímulos sexuais.
É a fase em que a mulher começa a gerir vários papéis que passa a ter na sua vida, experimenta novidade, especialmente no trabalho ou na estrutura familiar geralmente, quando sai de casa dos pais e passa a dividir uma casa com outro alguém e é fundamental que aprenda a preservar um tempo para a intimidade com o parceiro.
É também uma fase em que se pode começar a sentir a necessidade de viver a maternidade.
É nesta fase que começa a queda lenta e gradual dos níveis de hormonas sexuais femininas, que culmina com o fim do ciclo menstrual, cessando a capacidade de reprodução.
As transformações do corpo também começam a ficar mais evidentes: começam as primeiras rugas, cabelos brancos.
A mulher tem de aprender a adaptar-se e aceitar-se com estas mudanças.
O início da menopausa varia muito de mulher para mulher. Calores, alterações hormonais e um longo período de questões de foro emocional começam.
Apesar de ser uma fase muito conturbada, sobretudo devido a questões hormonais, esta pode também ser uma fase em que a mulher vai perdendo medos e vivendo uma vida mais madura, aproveitando as suas conquistas e liberdade.
A resposta sexual feminina caracteriza-se por quatro fases:
É a fase em que os instintos são estimulados e os desejos crescem. Isso acontece por mensagens neurofisiológicas que estimulam a vontade sexual.
O desejo pode ser desencadeado por estímulos internos ou externos, por exemplo, o simples facto de vermos alguém que nos atrai ou sentir o cheiro dessa pessoa.
Na mulher o que é mais responsável pelo aumento do desejo sexual é o olfato e principalmente o tato.
O modo como pensamos e nos sentimos física e emocionalmente influenciam o desejo, sendo este variável de pessoa para pessoa, assim como, em diferentes momentos ao longo da vida.
Biologicamente está dependente dos níveis sanguíneos de testosterona.
A fase da excitação caracteriza-se por uma reação fisiológica ao desejo e à atração física, em que ocorrem uma série de alterações que preparam o nosso corpo para uma relação sexual.
Na mulher o que determina a excitação é a produção de uma secreção que é responsável pela lubrificação da vagina.
Há duas alterações fisiológicas no organismo, a congestão vascular que consiste no aumento da quantidade de sangue acumulada em órgãos do aparelho genital feminino; e a miotonia, que consiste na contração das fibras musculares.
Podemos verificar mais estímulos como o aumento e ereção dos seios.
Pode ser observado também o aumento da frequência cardíaca e respiratória.
Também ocorre contração muscular nos órgãos próximos aos genitais, já que o aparelho genital feminino é constituído pelo clitóris, os grandes e pequenos lábios, a vagina e o útero.
E com a excitação tanto o clitóris, quanto os pequenos e grandes lábios aumentam o seu tamanho, ficando avermelhados e a parte mais funda da vagina "expande-se em forma de balão” pelo que só a parte exterior se encontra em contacto direto com o pénis durante as relações sexuais.
Quando ocorre o orgasmo dá-se a libertação da tensão sexual que fora acumulada. Caracteriza-se como o momento de maior prazer da relação sexual.
Atenção que a mulher nem sempre pode atingir o orgasmo ou clímax. O orgasmo consiste na explosão de contrações rítmicas e involuntárias onde há uma frequência de aproximadamente 12 vezes, a cada 0,8 segundos.
A mulher pode ainda, logo em seguida, ser estimulada a ter novos orgasmos; o que não ocorre no homem.
Durante o orgasmo, na mulher, ocorrem alterações fisiológicas como contrações das paredes vaginais e dos músculos pélvicos, aumento do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos.
A estimulação do clítoris pode ser fundamental para algumas mulheres atingirem o orgasmo. É importante que se reconheça que diferentes mulheres têm diferentes formas de atingirem o orgasmo.
Nesta fase, a sensação de excitação no geral, pode demorar mais tempo a desaparecer, especialmente se não atingiu o clímax.
As mulheres não têm o seu potencial orgásmico limitado por um período refratário, como no homem, ou seja, se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, ela poderá estar em condições físicas de ter novamente um orgasmo.
Na maioria das relações sexuais iniciais os orgasmos podem ser raros para as mulheres, e ambos os parceiros podem ficar extremamente ansiosos em relação a esta questão. É fundamental que a mulher se sinta descontraída, confiante e liberta de pressões.
Enquanto a ansiedade na relação pode levar o homem a ejacular mais rapidamente, na mulher pode impedir o orgasmo.
A angústia, a ansiedade, o cansaço, a tristeza, empobrecem e reduzem o desejo sexual, dificultando consequentemente o desenvolvimento das fases libidinais, inibindo a resposta sexual.
Pelo contrário, a alegria, o bem-estar e os efeitos positivos em geral, favorecem o interesse e o funcionamento sexual.
De acordo com algumas teorias, existe um ponto no interior da cavidade vaginal que é extremamente sensível à pressão profunda, ou seja, é preciso uma pressão firme, só possível em determinadas posições na relação sexual para que se encontre este ponto.
Fica situado na parede anterior da vagina e a cerca de 4cm da entrada.
O tamanho e a localização exata podem variar. O primeiro médico que o descreveu foi Grafenberg e por isso ficou conhecido como o Ponto G.
Quando estimulado, aumenta de tamanho e conduz ao orgasmo em muitas mulheres.
Com o passar dos anos, a nossa sexualidade e a maneira como passamos pelas diversas etapas da vida vão sofrendo mudanças e é importante que as experiências e vivências da sexualidade sejam sempre fontes de bem-estar, para nós mesmos e para os outros com quem as partilhamos.