O papel da agricultura biológica seja no cultivo, transformação, distribuição ou no consumo, é o de sustentar e fomentar a saúde dos ecossistemas e organismos, desde o mais pequeno no solo até ao ser humano.
Com esse objetivo a agricultura deve evitar o uso de adubos e pesticidasde síntese química, antibióticos e outros medicamentos de síntese de uso veterinário, aditivos alimentares que possam ter efeitos negativos na saúde.
Sementes de variedades geneticamente modificadas (OGM), e outras tecnologias que ponham em causa a qualidade e a segurança dos alimentos.
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2015 como o ano internacional do solo. Uma nota importante dessa declaração é a seguinte:
"A taxa atual de degradação do solo compromete a capacidade para suprir as necessidades das gerações futuras.”
Práticas agrícolas de maior impacte ambiental, como a mobilização excessiva, a aplicação de herbicidas, a aplicação doutros pesticidas (inseticidas, acaricidas, fungicidas, rodenticidas, moluscicidas).
A monocultura com predomínio de plantas esgotantes, a ausência ou simplificação das rotações, o cultivo de plantas geneticamente modificadas (OGM), a pecuária intensiva, a hidroponia (cultura sem solo), precisam ser substituídas por práticas mais amigas do ambiente, em especial as seguintes:
Estas práticas permitem melhorar a fertilidade do solo, a sua atividade biológica e, finalmente a sua saúde.
Podem mesmo chamar-se a estes solos melhorados, "solos supressivos” por não permitirem que micróbio patogénicos (principalmente fungos, bactérias e nemátodos fitopatogénicos) se desenvolvam e ataquem as plantas.
Estes solos que ocorrem naturalmente nas florestas e noutros ecossistemas naturais não degradados, também podem ocorrer em solos agrícolas desde que as práticas sejam favoráveis.
Em primeiro lugar evita a presença de resíduos tóxicos nos alimentos e na água, nomeadamente os seguintes:
Em segundo lugar produz maior diversidade de alimentos e mais ricos em anti-oxidantes, vitaminas e enzimas, fatores de prevenção das doenças.
A saúde humana está pois muito dependente da qualidade dos alimentos e das práticas agrícolas que estiveram na sua origem.
Enquanto os governantes não perceberem isto e não atuarem na causa dos problemas de saúde pública, não haverá orçamento público de saúde que resista.
Com uma medicina preventiva que comece na agricultura podemos chegar a uma situação bem melhor, para os orçamentos nacionais, para as urgências dos hospitais, enfim para a população em geral, ou pelo menos para todos os encaram a saúde mais como um bem precioso do que como um negócio.
"Que o teu alimento seja o teu primeiro medicamento” já dizia Hipócrates
Frase esquecida pela Medicina moderna, agora mais curativa e menos preventiva.
É também caso para lembrar as palavras dum médico francês aos seus colegas da Academia de Ciências de Paris. Dizia o Prof. Pierre Delbet o seguinte:
"Nenhuma atividade humana, nem mesmo a Medicina, é tão importante para a saúde humana, como a Agricultura!”