Com o aproximar do Verão, os insetos na horta reproduzem-se a um ritmo cada vez maior, em resposta ao calor e à abundância de alimento.
No caso dos que se alimentarem de plantas (fitófagos), eles podem tornar-se praga quando os estragos que causam na planta se transformam em prejuízo para o hortelão.
A limitação natural de pragas feita pelos insetos e outros organismos auxiliares, é na horta biológica, o principal meio de proteção fitossanitária das culturas.
Conforme já foi indicado no artigo anterior.
Para incrementar essa limitação natural e ao mesmo tempo reforçar as defesas da planta, devemos fazer o seguinte:
Mas nem sempre estas medidas são suficientes para evitar totalmente os prejuízos, sendo certo que estes são menores quando as medidas preventivas são postas em prática.
Para avaliar o risco de prejuízos provocados por uma pragas ou uma doença, fazem-se observações diretas dos sintomas ou colocam-se armadilhas para capturar os insetos adultos.
É o caso da armadilha sexual usada para capturar o macho da lagarta do tomate (Helicoverpa armígera), que se coloca no meio da cultura logo após a floração.
Quando surgem os primeiros frutos.
Desta forma podemos detetar a praga ainda antes dela aparecer ou quando dos primeiros ataques.
Ao início do ataque é altura de tratar com o inseticida autorizado em agricultura biológica, que esteja homologado para a praga e cultura e que seja o mais seletivo possível.
Ou seja que não tenha efeitos secundários na fauna auxiliar.
No caso das lagartas de borboletas (lepidópteros).
Como as do tomate, da couve, de outras culturas hortícolas, e ainda a da uva e a da oliveira, deve tratar-se com o biopesticida feito a partir da bactéria Bacillus thuringiensis (descoberta na Thuringia, pelo Sr. Berliner em 1915).
Em Portugal os principais produtos comerciais homologados são, Turex (duas estirpes da bactéria).
Bactil x2 e Sequra, cuja embalagem mais pequena (100 gramas de pó molhável) dá para 100 litros de calda, que chegam para tratar 1.000m2 de culturas.
Em hortas mais pequenas há que dosear bem o produto para evitar excessos. Para que seja eficaz o tratamento.
A água da calda deve ser ácida (pH próximo de 6), pelo que se à partida não o for, deve juntar-se vinagre (cerca de 0,2 l/100 l).
No caso das couves, como têm uma camada cerosa que provoca o escorrimento da calda, pode juntar-se leite à calda (cerca de 1 litro de leite por 100l de calda).
Para aumentar a aderência, pois a lagarta só morre se ingerir o produto, o que só acontece se a parte da planta atacada estiver coberta com o tratamento.