No seguimento da conferência internacional que ocorreu em Serralves em Novembro e que se denominou "Educar para o património Comum”, terminamos hoje a reflexão sobre esse tema.
São diversas as vantagens decorrentes do reconhecimento do Sistema terrestre como património natural intangível. Vejamos algumas:
Atribui um estatuto jurídico ao "espaço de manobra seguro para a Humanidade”.
Muita da complexidade das encruzilhadas em que estamos envolvidos encontra alguma explicação nesta natureza que nos está oculta, mas que constitui o "código genético” ou "software” do sistema terrestre.
O património natural intangível ajuda-nos a perceber a dimensão fundamental do sistema Terrestre, que se traduz através de indicadores e limites que constituem o "alfabeto” do nosso espaço de manobra seguro.
Partindo do que já conhecemos, temos de negociar, não só os indicadores e os limites, mas também as métricas que deveremos usar para gerir o uso que cada um faz desse património comum.
E com base na informação disponibilizada pela ciência, construir uma representação, um monumento "intangível” que transforme a incerteza ambiental numa certeza social construída.
"O património incorpóreo contribui para o esclarecimento das encruzilhadas críticas da humanidade contemporânea na medida em que lança luz sobre a condição humana, e sobre alguns caminhos possíveis para sua redenção.
(...)Para concluir, diria ainda que o património incorpóreo indica-nos o caminho de uma tarefa não só libertadora, como, sobretudo, redentora: a tarefa de construir uma meta-narrativa que seja hospitaleira e mobilizadora para o género humano.
Nessa medida, poderemos designar o património incorpóreo pela nota distintiva de ser o único que não só queremos preservar no futuro, mas aquele que nos aponta o futuro como um mundo a construir em conjunto. De forma sempre incompleta, mas com uma entrega permanente.