Um grande número de mulheres luta diariamente contra as suas curvas demasiado acentuadas.
Fazem-se dietas, e intensificam-se exercícios, mas para muitas a perda de massa gorda acontece em quase todos os sítios menos na zona crítica de pernas e coxas...
O que se passará nesta zona que torne o seu emagrecimento mais difícil?
Estudamos e descrevemos a obesidade e o excesso de peso como uma doença multifactorial – mas continuamos a insistir que o seu tratamento é apenas comer menos e gastar mais.
centrando a nossa atenção nas calorias que entram e nas calorias que saem.
Se bem me lembro, multifatorial significa "muitos fatores”, mas a parte do multifatorial deve ter ficado presa nos diferentes fatores que condicionam a ingestão alimentar e a falta de atividade física.
Claro que estes são dois grandes pontos a ter em conta, pois estamos realmente a comer muito e mal.
E estamos cada vez a mexer-nos menos.
Mas será apenas esta a resposta?
Vamos centrar-nos na obesidade mais típica das mulheres – também chamada ginóide, e que nos dá a forma de "pêra”.
O papel dos estrogénios
O nosso corpo muda com a fase da puberdade, e adquirimos as curvas características do corpo feminino graças ao aumento dos níveis das hormonas sexuais.
Os estrogénios são as conhecidas hormonas femininas, e as principais responsáveis pela acumulação de gordura nos sítios que caraterizam o corpo feminino – mama, coxa e anca.
Será que é por causa dos estrogénios que o nosso excesso calórico se vai acumular nas nossas coxas e pernas? Em parte sim...
Daí que uma das soluções é sem dúvida comer menos e gastar mais calorias para evitar esta situação.
São também os estrogénios que diminuem a nossa capacidade de queimar as gorduras que acumulamos nesta zona.
Como somos mulheres, é inevitável e saudável termos os níveis adequados de estrogénios.
Mas podemos e devemos evitar alguns estrogénios que "vêm de fora”, chamados xenoestrogénios.
Xenoestrogénios
Os xenoestrogénios são compostos semelhantes a estrogénios, muitos deles de origem química, e que no nosso corpo simulam a ação dos verdadeiros estrogénios.
Estes xenoestrogénios podem estar presentes na carne e no leite dos animais não produzidos nos moldes da agricultura biológica, em alguns pesticidas que ingerimos com os legumes e as frutas.
E na comida que esteve em contato com alguns plásticos, em especial quando esta está quente.
O ar que respiramos também não está isento de culpas, pois já foram também identificados diferentes xenoestrogénios no ar doméstico, oriundo de diferentes perfumes e ambientadores.
Estes xenoestrogénios, quando em circulação com os nossos próprios estrogénios alteram a nossa comunicação hormonal (daí que sejam classificados como disruptores endócrinos).
Nomeadamente a nível da acumulação de gorduras nestas zonas mais críticas.
O que fazer?
O papel da matriz extracelular
Alguns dos constituintes desta matriz têm a capacidade de reter sódio, e consequentemente água.
Além disso, têm ainda a capacidade de acumular temporariamente diferentes compostos que não devem estar na corrente sanguínea.
Mas que também não devem atingir as nossas células - e esta acumulação temporária também "chama” água para esta matriz.
É normalmente nesta matriz que fica a água que nos faz sentir "inchadas” e que nos faz dizer que "retemos líquidos”.
Aparentemente, os estrogénios aumentam a produção de uns compostos chamados glicosaminoglicanos (ou simplesmente GAG) a nível das coxas e pernas.
O que leva a uma maior retenção hídrica nesta zona.
O aumento de volume desta matriz extracelular, devido ao aumento da quantidade de GAG e da acumulação de compostos tóxicos (muitos deles de origem ambiental).
E a retenção hídrica consequente, dificultam a circulação sanguínea e a drenagem linfática desta zona – ou seja, os canais de saída de compostos tóxicos e da própria gordura acumulada ficam mais entupidos.
Isto vai agravar a acumulação tóxica e a facilidade de retenção hídrica nesta zona, o que vai aumentar ainda mais o volume desta matriz extracelular.
E consequentemente prejudicar a circulação sanguínea, o que dificulta ainda mais a mobilização da gordura aqui acumulada…
Um verdadeiro ciclo vicioso que se arrasta e se agrava ao longo dos anos.
O que fazer?
Facilitar a circulação sanguínea e a circulação linfática nesta zona:
Facilite a desintoxicação:
Agora que já compreendeu que o volume acumulado em redor das coxas e pernas é bem mais complexo que apenas uma acumulação de gordura.
Já pode começar a trabalhar de forma mais eficaz para a sua redução.