O corpo humano constitui-se a partir de representações individuais e sociais que se alteram através de processos dinâmicos por sua vez expressos na forma como os indivíduos usam, percebem e transformam o corpo.
O culto ao corpo existe há muitos anos e parece respeitar a história natural dos indivíduos e da sociedade quando, perante o inadequado e a ausência de liberdade do ser humano, observamos alterações nas práticas do mesmo.
Os cuidados com o corpo na sociedade contemporânea têm vindo a mostrar-se como o resultado de uma evolução científica e social positiva mas, também, negativa.
Frequentemente, o indivíduo responde a solicitações externas que o levam à conquista de "ideais” inatingíveis e que resultam em culpabilização e consequências perversas.
Diferentes conceitos como saúde, boa forma, beleza, amor-próprio são facilmente adulterados e justificam comportamentos que chocam e destroem princípios que garantem o equilíbrio do ser Humano.
O culto ao corpo existe há longos anos mas cabe à Psicologia alertar que a socialização não deforma e que a integração social não pode levar a inclusões repressivas.
As " técnicas” utilizadas para práticas de modificação corporal passam por exemplo pela cirurgia, pelo ginásio, pela dieta, pelo piercing, pela tatuagem.
O corpo é muitas vezes objeto de exploração como se pertencesse a uma entidade anónima e sem "alma”.
Registamos algumas incoerências ou pontos de reflexão nestes processos de transformação do corpo:
A resistência a práticas de dominação do corpo e às teorias que alteram a consciência dessa submissão pressupõe atitudes reflexivas, informadas e responsáveis. São estas atitudes que garantem a cada indivíduo a possibilidade de ser livre na construção do seu próprio corpo.