A inflamação é um processo orgânico de auto-proteção e de recuperação de saúde.
O seu objetivo é remover os elementos agressivos, que podem incluir células danificadas, microrganismos patogénicos.
Substâncias irritantes e dar início ao processo de recuperação e cura dos tecidos afetados.
Processo de auto-proteção : Inflamação aguda
O local onde se desenvolve uma inflamação apresenta, caracteristicamente, dor, rubor, calor e edema.
Imagine que um espinho de uma flor penetra na sua pele:
Sente dor e se não conseguir retirar esse agressor, o seu corpo vai desenvolver uma vermelhidão em volta do local onde se encontra o espinho.
Depois aumenta o calor local e promove um inchaço que se vai desenvolver até conseguir expelir o espinho.
Seguidamente, o processo inflamatório continua para dar início à recuperação das células e dos tecidos danificados até ao seu completo restabelecimento.
Agora imagine que foi picado por uma abelha: o agressor é uma substância química, o veneno de abelha.
Mas o seu corpo vai reagir da mesma forma.
Desencadeia uma inflamação local para eliminar o veneno e restaurar os tecidos danificados.
Quando se expõe ao sol do meio do dia e a radiação solar intensa provoca alterações nas células da sua pele.
O seu corpo vai desenvolver uma inflamação na pele com vista a eliminar as células danificadas e promover a recuperação da pele.
Se o seu corpo for invadido por microrganismos - bactérias, vírus, fungos ou parasitas.
A inflamação do local infetado é a primeira reação de defesa que o seu corpo utiliza para eliminar os microrganismos patogénicos e recuperar os tecidos infetados.
Todos estes exemplos, que já foram vividos por todos nós, são episódios de inflamação aguda.
A inflamação aguda tem uma duração limitada no tempo, habitualmente alguns dias.
E no fim desse período extinguem-se todos os processos orgânicos associados à inflamação: dor, rubor, calor e edema.
Da compreensão dos exemplos descritos é importante distinguir um pormenor relevante: inflamação não é igual a infeção.
Uma infeção é sempre acompanhada de inflamação.
Mas existem muitos processos inflamatórios nos quais não existe qualquer infeção.
A inflamação é um processo sempre mediado pelo sistema imunitário.
Desde a deteção do invasor ou das lesões celulares, passando pela destruição e eliminação deste até à mobilização das estruturas celulares para a recuperação dos tecidos.
Em todos estes passos há a participação ativa dos vários componentes do sistema imunitário.
Quando o feitiço se vira contra o feiticeiro : inflamação crónica
Imagine que, vítima de um erro, o sistema imunitário identifica como estranhas ao seu corpo as suas próprias células num determinado órgão.
É então desencadeada uma inflamação que visa eliminar todas essas células.
Como compreenderá, este é um processo em que a tarefa de eliminar essas células não vai nunca estar completo, e portanto, a inflamação começou mas não termina.
Imagine que uma articulação está em desequilíbrio, e durante o movimento.
Uma zona da cartilagem dessa articulação sofre uma pressão excessiva capaz de alterar as suas células.
Para recuperar as células lesadas, o organismo vai desencadear um processo de inflamação local.
Mas se, dia após dia, durante o movimento a cartilagem continuar a ser lesada, a inflamação, não conseguindo nunca completar o seu trabalho de recuperação tecidular, não pára.
Estes são exemplos de inflamação crónica.
Há muitas causas possíveis para a inflamação crónica, algumas conhecidas, outras nunca identificadas.
A inflamação crónica é acompanhada localmente de dor, rubor, calor e edema de forma mais discreta que a inflamação aguda.
Mas o processo nunca termina e, qual feitiço que se vira contra o feiticeiro, acarreta graves consequências, locais ou sistémicas, para a saúde e o bem-estar da pessoa.