Na relação pais filhos observam-se frequentemente dificuldades no exercício da parentalidade e na definição de limites. Desde as simples birras às situações de violência, os pais confrontam-se com a necessidade de (re)pensarem o modelo adotado no exercício da responsabilidade educativa.
Mas essas dificuldades surgem porquê?
A criança e os jovens tornam-se inesperadamente rebeldes?
Quem detém a "autoridade” na relação pais filhos?
As dinâmicas familiares traduzem diferentes estilos parentais. Essa análise crítica é feita com base no estilo de comunicação, nas regras e limites defenidos, na organização da rotina e nas relações de poder adotados.
Promover comportamentos e atitudes positivas é uma atitude fundamental no processo educativo. Fazê-lo, pressupõe associar afeto e disciplina!
A disciplina é um elemento fundamental para o crescimento da criança e jovem e é um pilar essencial à saúde mental do indivíduo. Define-se como um conjunto de acções parentais positivas que permitem à criança e ao adolescente a aprendizagem de comportamentos socialmente adequados num percurso pautado por equilíbrio psicológico.
Nos primeiros anos de vida a criança tem oportunidades únicas de aprendizagem e de desenvolvimento. Muito dependente da família cabe a esta optimizar esse potencial.
É com a família que a criança nos primeiros anos aprende normas e regras de conduta, os limites de comportamento e a lidar com sentimentos de perda e frustração.
Um adulto saudável foi uma criança sujeita a regras e limites e que, por isso, aprendeu competências de auto regulação e auto controlo.
As regras resultam de bom senso e, portanto, não devem ser ditadas em clima de ameaça nem solicitadas a medo. As crianças necessitam delas para se sentirem protegidas.
Uma disciplina que ajude a compreender o que é ou não é aceitável contribui para que a criança desenvolva habilidades sociais, empatia, autocontrole, capacidade de prestar atenção e de planificar ações.
Os limites e as regras devem atuar sobre os comportamentos e não sobre a criança. São dessa forma fundamentais no processo de desenvolvimento!
É importante reforçar que limite é diferente de repressão ou de autoritarismo. Os limites e a responsabilização surgem nos processos verdadeiramente educativos e enquadram - se em modelos saudáveis de desenvolvimento.
E a excepção à regra é possível?
Tão possível e necessária como a regra mas sem dúvida em menor número!
Há atos que realmente são prejudiciais ao desenvolvimento e deviam ser banidos: os de não disciplinar!
Atualmente vive-se muito na expectativa dos resultados e esquecemos o processo. Queremos adultos com sucesso e felizes... Façamo-lo de forma correta e disciplinada!