As plantas leguminosas, ou fabáceas, são espécies muito importantes para suprirem as carências de proteínas e aminoácidos essenciais.
Assim como para a fixação de azoto ma partir do ar do solo, tal como já referido em artigo anterior.
O seu cultivo remonta a tempos pré-históricos com aparente origem no sudoeste asiático a sul do mar Cáspio, onde foi encontrada uma forma silvestre.
Daí terá vindo para a Europa e Norte de África há cerca de 3.000 anos AC.
Vavilov considera também um outro centro de origem localizado na Etiópia, país que atualmente é o segundo maior produtor mundial, a seguir à China.
Foi cultivada por egípcios, hebreus, gregos e romanos, sendo estes últimos os que a consideravam uma planta de excecional qualidade.
A espécie botânica Vicia faba tem duas subespécies, a paucijuga, cultivada na Índia e consumida também como proteaginosa seca, e a faba.
Cultivada inicialmente na região mediterrânica e agora também na China e noutros países.
Esta inclui 3 grupos de cultivares:
De entre as variedades cultivadas do primeiro grupo, temos em Portugal como mais importantes, a Algarvia e a Aquadulce.
A Algarvia é uma antiga variedade portuguesa, muito temporã, de vagem larga e curta, e semente também larga.
A Aquadulce é de origem espanhola, é temporã (200 a 220 dias) tem vagem comprida, chegando a atingir 30cm e com 6 a 9 grãos.
Outras variedades regionais que constam do catálogo da associação "Colher para semear”, são:
As favas semeiam-se no Outono e no Inverno, começando no Algarve em Setembro, e acabando no Ribatejo e Oeste em Fevereiro.
Fava em crescimento da variedade Aquadulce, semeada a 20.12.2015 (Sintra, 24.01.2016)
As principais características para o cultivo são as seguintes:
Este tipo de polinização obriga a fazer uma só variedade num raio de 500m para manter a pureza varietal, ou seja, na mesma horta deve fazer-se uma só variedade se um dos objetivos é guardar semente para voltar a semear.
A fava pode ser consumida em verde ou em seco, sendo o mais comum em pequenas hortas o consumo fresco, deixando a fava seca para semente.
Em áreas de cultivo maiores estão a ser ensaiadas variedades de porte rasteiro, para mais fácil colheita mecânica.
O grão seco, cozido depois de demolhado, que constitui a "fava-rica” que teve fama em Lisboa, é o alimento mais concentrado, conforme indicam as análises, neste caso em relação à fava seca e crua:
O cultivo e o consumo de favas é bom para as pessoas e para o solo, pois a simbiose com a batéria rizóbio permite fixar biologicamente azoto para a planta.
Sem o recurso a adubo químico azotado e poluente (nitratos no solo, na água e nos alimentos), que se transforma em proteína na semente e que é também alimento de qualidade.