Um dos principais mitos ligados à agricultura biológica é o de com base na mesma não é possível alimentar o Mundo e que a generalização deste modo de produção agrícola iria agravar o problema da fome.
A Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) sobre AB e segurança alimentar, realizada em Roma em 2007, concluiu o seguinte, com base num estudo científico realizado a nível internacional e coordenado por Catherine Badgley (2007), da Universidade de Michigan:
Estas conclusões resultaram de 293 exemplos no Mundo estudados de forma comparativa, sendo que em média, a produção biológica foi 132% da produção convencional (produção vegetal e animal), ou seja mais 32%.
Nos países desenvolvidos, com 160 casos estudados, a produção biológica foi 92% da convencional (Bio vegetal = 91%; Bio animal = 97%), ou seja 8% inferior.
Mas nos países em desenvolvimento, com 133 casos estudados, a produção biológica foi 180% da convencional (Bio vegetal = 174%; Bio animal = 269%), ou seja 80% superior.
Estes dados com validade científica dão uma boa resposta a este mito e mostram que a prioridade, em especial para os países onde há mais fome, é o desenvolvimento da agricultura biológica.
Infelizmente não tem sido esta a estratégia da maioria dos governos desses países nem das maiores empresas e fundações internacionais ligadas ao setor agrícola e alimentar.
Algumas dessas corporações internacionais, como Monsanto, a Syngenta e a Bayer, que já dominam o comércio mundial de sementes (para além dos pesticidas agrícolas por onde começaram no setor agrícola).
A Fundação Bill & Melinda Gates, propõem as sementes geneticamente modificadas (ogm) como solução para a fome no Mundo, quando essas variedades não são mais produtivas nem melhor adaptadas a condições de solos mais pobres, à falta de fertilizantes, ou à falta de água para rega.
Um alimento de agricultura biológica quando bem produzido não é mais feio que outro da agricultura "convencional” e a sua qualidade aparente é acompanhada da qualidade nutricional e de saúde, que nem sempre os outros têm.
A título de exemplo mostramos alguns frutos frescos produzidos em Portugal em agricultura biológica, em que a qualidade é aliada à quantidade.