A mente envolve pensamentos, emoções, memórias, desejos, crenças, sensações, até mesmo a própria consciência.
Estas experiências podem localizar-se, não apenas no nosso cérebro, mas também estarem distribuídas por todo o corpo.
As hormonas que circulam por todo o nosso corpo influenciam os nossos pensamentos e emoções.
Por exemplo, a testosterona torna-nos mais competitivos, a adrenalina torna-nos ansiosos e cheios de energia.
O intestino tem os seus próprios neurotransmissores assumindo respostas e lembrando-se de determinadas experiências, proporcionando uma base fisiológica para a intuição e sentimentos.
Até mesmo o sistema imunológico funciona como uma extensão da mente, respondendo ao stress psicológico e influenciando o nosso humor.
Neste sentido, usa o que está a acontecer, influenciando a nossa postura, respiração e os próprios músculos, de forma a compreender o nosso estado emocional e auto-imagem.
A partir desta premissa, podemos entender, por exemplo, porque é que a solidão aumenta o risco de doenças do coração, ou como lesões cerebrais alteram características de personalidade.
Como as "práticas mente-corpo”, como Yoga pode mudar o humor, ou porque trabalhar fora (do interior) melhora a memória.
Claro que nem todas as pessoas acreditam nesta premissa mente-corpo.
Muitas tradições filosóficas e religiosas acreditam que a mente e o corpo são distintos, sendo que a experiência da mente é não-física e não-local.
Mas existe uma nova base de investigação sobre a questão do corpo e mente.
Será que a crença sobre a relação mente-corpo molda as nossas atitudes e ações?
De acordo segundo pesquisadores da Universidade de Colónia, na Alemanha, esta questão mente-corpo pode ter um efeito influenciador na nossa saúde.
Quem acredita a que a mente está separada do corpo, é menos propenso a fazer exercício físico e a evitar a fast food, por exemplo.
Talvez, para quem acredite que mente-corpo estão separados significa que o seu interior é menos ligado ao corpo físico, e por isso a motivação para cuidar do corpo é menos central para seus objectivos ou identidade.
Será que a exposição a uma formação científica mais virada para a ciência ou neurociência, especialmente psicológica, leva as pessoas a escolhas mais saudáveis?
Será que educar as pessoas sobre a relação entre saúde física e saúde emocional (por exemplo, como o exercício melhora a memória e humor) melhora motivação de se cuidar melhor e de uma forma integrativa?
É tão ou mais eficaz para dar às pessoas uma experiência direta, através de práticas como Yoga, dança, …?
E será que você pode acreditar que o seu eu essencial é algo separado de seu corpo, e ainda assim ser motivado a cuidar bem dele, da mesma forma como um pai cuida de um filho?
Os cristãos podem ser convidados a refletir sobre passagens da Bíblia, como "Vamos purificar-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus" (2 Coríntios 7:1 NVI).
Eles são convidados a refletir sobre os comportamentos em suas próprias vidas, tais como comer fast food ou não se exercitar - que são inconsistentes com sua fé e valores professados.
Quando identificamos uma desconexão entre a sua fé e suas ações, eles são encorajados a criar um plano de ação de forma a mudar esse comportamento.
Acreditando que a perda de peso e exercício será o que um bom cristão deve fazer, seguindo as premissas da sua religião.
É muito mais motivador do que receber uma advertência de um médico após um teste de colesterol alto.
Contudo, se mesmo sem reforço da religião, acreditarmos na influência do corpo sobre a mente e da mente sobre o corpo, provavelmente teremos essa motivação, porque acreditamos nessa premissa, e temos uma auto-motivação, ou motivação intrínseca.