A agricultura dita "moderna” simplificou o ecossistema agrícola e separou a horta do pomar.
Na agricultura biológica procura-se aumentar a biodiversidade vegetal, diversificando as culturas, quer as espécies quer as variedades.
Embora na maior parte dos casos os agricultores separem a produção hortícola da produção frutícola, ou seja, horta de um lado e pomar do outro, há quem procure aproveitar ao máximo a terra para produzir.
Em especial nos primeiros anos do pomar, fica muito espaço disponível para cultivar como horta. É o caso da figura 1 em que na entrelinha do pomar o agricultor semeou melões, meloas e melancias.
É claro que é preciso aumentar a fertilização e a rega. O consumo de água vai aumentar (cerca de 5 litros/m2/dia) na área de terra transformada em horta.
Estas culturas (da família das cucurbitáceas) devem ser feitas numa só das entrelinhas do pomar, em alternância com a entrelinha seguinte que fica enrelvada, de modo a permitir a fácil circulação e eventual tratamento fitossanitário do pomar.
Outra variedade interessante de melão cultivada ma mesma horta e pouco conhecida em Portugal, é a Hales Best Jumbo, que na Califórnia já foi considerado o melhor melão tradicional.
Mas melões tradicionais ainda temos também em Portugal, em especial os seguintes:
Destas variedades tradicionais portuguesas não é muito fácil encontrar sementes à venda, pois até o "Tendral de Campo Maior”, um dos poucos que está inscrito no Catálogo nacional de variedades, é em geral substituído ao balcão pelo Valenciano tardio, que é parecido mas não é o mesmo.
Resta pois recolher as sementes junto dos agricultores ou comprar-lhes bons melões na esperança de que nessa horta e nas hortas vizinhas não tenham sido cultivadas outras variedades de melão.
É que não convém haver outras variedades (melão ou meloa) a menos de 500m, por causa da polinização cruzada feitas pelas abelhas (e outros insetos), que é boa para o vingamento dos frutos mas afeta a geração seguinte de melões.